domingo, 28 de junho de 2009



" No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."

(Mário Quintana)
Cassia Eller - Palavras ao vento



quarta-feira, 24 de junho de 2009



Andarei nos teus olhos
Debaixo dos teus olhos
Além dos teus olhos andarei
Somente por que te amo

Andarei no teu corpo
Por cima do teu corpo
Dentro do teu corpo andarei
Somente por que te amo

Andarei na tua boca desvairada
Andarei na tua nuca perfumada
Andarei contigo de mãos dadas
Somente por que te amo

( Sueli Costa)

domingo, 21 de junho de 2009



" Se eu soubesse antes como é importante deixar marcas no rodapé do mundo,teria

ido mil vezes deixar minhas digitais"


(Mônica Rennée)


Baleiro, Moska, Chico Cesar e Lenine - o mundo

terça-feira, 16 de junho de 2009



Hoje,

quero me sentir plena,


livre, sem amarras.

Sem cordas ,livre.

Para ir e vir.

Para ser e ter.

Livre com gosto de asas,

voar sem tempo de parar.

Voar no tempo ,sem tempo para contar.

Voar, ser ,ter....

Livre.

Tempo.

Espaco.

Gosto de vento,tempo sem ter que esperar.

Sou livre e eu mesma crio minhas asas.

Alcanco terras distantes, coracoes estrangeiros.

Vôo,livre.

Sempre ,

livre.

(Mônica Rennée)


Roupa Nova - Vôo Livre

sexta-feira, 12 de junho de 2009


"Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim...
e que valeu a pena."

(Mário Quintana)

Gal Costa - O Amor


quarta-feira, 10 de junho de 2009


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

(Poema de Ferreira Goulart musicado por Fagner)

Chico Buarque e Fagner - Traduzir-se





Tem gente que tem cheiro de passarinho
quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente
no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente
comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de
sorvete.
Melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra
escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar quando a água
é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe
que os anjos existem e
que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente
se sente chegando em casa
e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o
gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece
manhã de Natal do tempo em que
a gente acordava e encontrava o presente do
Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas
que Deus acendeu no céu e daquelas
que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que
o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se sente
visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao lado delas, saboreamos a delícia
do toque suave que sua presença sopra
no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que
a sensualidade é um perfume
que vem de dentro e
que a atração que realmente nos move
não passa só pelo corpo.

Corre em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no
instante em que rimos Deus está conosco,
juntinho ao nosso lado.
E a gente ri grande, que nem menino arteiro.

(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 9 de junho de 2009




Ele vai me possuindo
Não me possuindo
Num canto qualquer
É como as águas fluindo
Fluindo até o fim
É bem assim que ele me quer
Meu namorado
Meu namorado
Minha morada
É onde for morar você

Ele vai me iluminando
Não iluminando
Um atalho sequer
Sei que ele vai me guiando
Guiando de mansinho
Pro caminho que eu quiser
Meu namorado
Meu namorado
Minha morada é onde for morar você

Vejo meu bem com seus olhos
E é com meus olhos
Que o meu bem me vê

(Chico Buarque e Edu Lobo)


Simone - Meu Namorado

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

(Mario Quintana)

Guilherme Arantes - Blue Moon para sempre


Lí esse artigo há alguns anos atrás e adorei, resolví coloca-lo no meu blog.

Vale a pena ler:


TIMO: a chave da energia vital
Da jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch


No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz "eu", fica uma pequena glândula chamada timo. Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital. Precisa dizer mais? Precisa, porque o timo continua sendo um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando estressamos e mais ainda quando adoecemos.

Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só o conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhidinho. Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos americanos bombardeavam timos adultos perfeitamente saudáveis com megadoses de raios X achando que seu "tamanho anormal" poderia causar problemas.

Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, continua totalmente ativo. É um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro. Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora.

Mas, também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos. Amor e ódio o afetam profundamente. Idéias negativas têm mais poder sobre ele do que vírus ou bactérias. Já que não existem em forma concreta, o timo fica tentando reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes. Em compensação, idéias positivas conseguem dele uma ativação geral em todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas.

O teste do pensamento é um teste simples pode demonstrar essa conexão. Feche os dedos polegar e indicador na posição de o.k, aperte com força e peça para alguém tentar abrí-los enquanto você pensa " estou feliz". Depois repita pensando "estou infeliz". A maioria das pessoas conserva a força nos dedos com a idéia feliz e enfraquece quando pensa infeliz. Substitua os pensamentos por uma bela sopa de legumes ou um lindo sorvete de chocolate para ver o que acontece...

Esse mesmo teste serve para lidar com situações bem mais complexas. Por exemplo, quando o médico precisa de um diagnóstico diferencial, seu paciente tem sintomas no fígado que tanto podem significar câncer quanto abcessos causados por amebas. Usando lâminas com amostras, ou mesmo representações gráficas de uma e outra hipótese, testa a força muscular do paciente quando em contato com elas e chega ao resultado. As reações são consideradas respostas do timo e o método, que tem sido demonstrado em congressos científicos ao redor do mundo, já é ensinado na Universidade de São Paulo (USP) a médicos acupunturistas.

O detalhe curioso é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito..." Fiquei com o coração apertadinho", por exemplo, revela uma situação real do timo, que só por reflexo envolve o coração.

O próprio chacra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem mais a ver com o timo do que com o coração. E é nesse chacra que, segundo os ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal para o estágio humano.

"Lindo!", você pode estar pensando, "mas e daí?". Daí que, se você quiser, pode exercitar o timo para aumentar sua produção de bem estar e felicidade. Como? Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir:

a) Fique de pé, os joelhos levemente dobrados. A distância entre os pés deve ser a mesma dos ombros. Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não sobre o calcanhar, e mantenha toda a musculatura bem relaxada.

b) Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito, marcando o rítimo assim: uma forte, duas fracas.

Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto observa a vibração produzida em toda a região torácica. O exercício estará atraindo sangue e energia para o timo, fazendo-o crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios e garganta. Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava esperando um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem, calma, nutrição emocional, abraço. Ótimo, íntimo, cheio de estímulo!

Bendito Timo!

(Da jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch.)


segunda-feira, 8 de junho de 2009





Para ser feliz é preciso coisas simples,

como um sorriso nos lábios e um coracao aberto.

É preciso acreditar no dia seguinte,

amar,

correr com a vida,

sem deixar ela te atropelar.

Precisa ter um olhar novo a cada dia,

expulsar o velho,

fechar a porta.

Acredite é possível.

Ter muitas vezes olhar de crianca e busca ingênua.

Muita esperanca no caminho,deixar o sol nascer.

Ah, sonhos tb...

Sonhar, sonhar, sonhar....

Voar muitas vezes sem tirar os pés do chao.

Voar, voar, voar....

Deixar a alegria ficar,

fazer morada.

É possível,acredite!!

Ria, sinta,corra, venca,sonhe,olhe...

E seja muito, mas muito feliz.

(Mônica Rennée)

Fátima Guedes - Cheiro de Mato


"Não sou a areia onde se desenha um par de asas ou grades diante de uma janela. Não sou apenas a pedra que rola nas marés do mundo, em cada praia resnascendo outra. Sou a orelha encostada na concha da vida, sou construção e desmoronamento, servo e senhor, e sou mistério.
A quatro mãos escrevemos este roteiro para o palco do meu tempo: o meu destino e eu. Nem sempre estamos afinados, nem sempre nos levamos a sério."

(Lya Luft)

sábado, 6 de junho de 2009




Sempre quis um amor
que falasse que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse ressonasse confiança no sopro do sono e trouxesse beijo no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor uma cachorrice onde tanto pudesse a sem-vergonhice do macho quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA! morasse na eternidade de encadear os tempos: passado presente futuro coisa da mesma embocadura sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas cuja rede complexa do pano de fundo dos seres não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor que não se chateasse diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda metade de mim rasga afoita o embrulho e a outra metade é o futuro de saber o segredo que enrola o laço, é observar o desenho do invólucro e compará-lo com a calma da alma o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor que me coubesse futuro e me alternasse em menina e adulto que ora eu fosse o fácil, o sério e ora um doce mistério que ora eu fosse medo-asneira e ora eu fosse brincadeira ultra-sonografia do furor, sempre quis um amor que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse sem esforço sem medo da inspiração por ele acabar. Sempre quis um amor de abafar, (não o caso) mas cuja demora de ocaso estivesse imensamente nas nossas mãos.
Sem senãos.

Sempre quis um amor com definição de quero sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos que diz que o "garantido" amor é a sua negação. Sempre quis um amor que gozasse e que pouco antes de chegar a esse céu se anunciasse. Sempre quis um amor que vivesse a felicidade sem reclamar dela ou disso. Sempre quis um amor não omisso e que suas estórias me contasse. Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.

(Elisa Lucinda)


JOTA QUEST - AMOR PERFEITO


quarta-feira, 3 de junho de 2009


Só fico à vontade
na minha cidade.
Volto sempre a ela,
feito criminosa...
Doce e dolorosa,
a minha história escorre aqui.
Há quem não se importe
mas a Zona Norte
é feito cigana
lendo a minha sorte:
sempre que nos vemos
ela diz quanto eu sofri.
E Copacabana,
a linda meretriz-princesa,
Loura Mãe de Santo
com sua gargantilha acesa...
ela me ensinou pureza e pecado,
a respiração do mar revoltado...
Rio de Janeiro, favelas no coração.

(Fátima Guedes)


"Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
"

Mario Quintana

segunda-feira, 1 de junho de 2009




O CONTRÁRIO DE BONITO É FEIO, DE RICO É POBRE, DE PRETO É BRANCO, ISSO SE APRENDE ANTES DE ENTRAR NA ESCOLA.


SE VOCÊ FIZER UMA ENQUETE ENTRE AS CRIANÇAS, OUVIRÁ TAMBÉM QUE O CONTRÁRIO DO AMOR É O ÓDIO.

ELAS ESTÃO ERRADAS. FAÇA UMA ENQUETE ENTRE ADULTOS E DESCUBRA A RESPOSTA CERTA: O CONTRÁRIO DO AMOR NÃO É O ÓDIO, É A INDIFERENÇA.

O QUE SERIA PREFERÍVEL? QUE A PESSOA QUE VOCÊ AMA PASSASSE A LHE ODIAR, OU QUE LHE FOSSE TOTALMENTE INDIFERENTE?

QUE PERDESSE O SONO IMAGINANDO MANEIRAS DE FAZER VOCÊ SE DAR MAL OU QUE DORMISSE FEITO UM ANJO A NOITE INTEIRA, ESQUECIDO POR COMPLETO DA SUA EXISTÊNCIA?

O ÓDIO É TAMBÉM UMA MANEIRA DE SE ESTAR COM ALGUÉM.
PARA ODIAR ALGUÉM, PRECISAMOS RECONHECER QUE ESSE ALGUÉM EXISTE E QUE NOS PROVOCA SENSAÇÕES, POR PIORES QUE SEJAM.

PARA ODIAR ALGUÉM GASTAMOS ENERGIA, NEURÔNIOS E TEMPO.
JÁ PARA SERMOS INDIFERENTES A ALGUÉM, PRECISAMOS DO QUÊ? DE COISA ALGUMA.

A PESSOA EM QUESTÃO PODE SALTAR DE BUNG-JUMP, ASSISTIR AULA DE FRAQUE, GANHAR UM OSCAR OU UMA PRISÃO PERPÉTUA....
NÃO ESTAMOS NEM AÍ.

A INDIFERENÇA, SE TIVESSE UMA COR, SERIA COR DA ÁGUA, COR DO AR, COR DE NADA.

UMA CRIANÇA NUNCA EXPERIMENTOU ESSA SENSAÇÃO: OU ELA É MUITO AMADA, OU CRITICADA PELO QUE APRONTA.

SÓ BEM MAIS TARDE, QUANDO NECESSITAR DE UMA ATENÇÃO QUE NÃO SEJA MATERNA OU PATERNA, É QUE DESCOBRIRÁ QUE O AMOR E O ÓDIO HABITAM O MESMO UNIVERSO, ENQUANTO QUE A INDIFERENÇA É UM EXÍLIO NO DESERTO.

MARTHA MEDEIROS